24/04
2019
2019
NO DIA MUNDIAL DE COMBATE À MENINGITE, A INFORMAÇÃO DEVE VENCER O MEDO
TOP FIVE ESPECIALISTA
EDIÇÃO 4
Profissional convidado: Dra. Emília Schmidt Xavier - Pediatra
Recentemente o
assunto meningite veio à tona com bastante evidência por conta do falecimento
do neto do ex-presidente Lula.
Embora destacado
pontualmente, esse é um tema que sempre gerou muita preocupação aos pais,
principalmente com relação às crianças.
No dia 24 de
abril, Dia Mundial de Combate à Meningite, campanhas reforçam a importância da
informação por parte da população, identificando corretamente os reais
sintomas, que muitas vezes são confundidos com outras doenças, o que contribui
para a alta letalidade da doença.
Segundo o Ministério da
saúde, estima-se a ocorrência de pelo menos 1.2 milhões de casos da
doença por ano no mundo, com cerca de 130 mil óbitos.
Para esclarecer
as dúvidas da população e evitar desespero desnecessário, convidamos a pediatra
Dra. Emília Schmidt Xavier, para participar do Top Five Especialista do mês e clarear
questões fundamentais em torno dessa importante temática:
1. Qual a real gravidade dessa doença quando identificada em seu estágio inicial?
As meningites e meningococcemias são infecções graves em todos seus
estágios.
O diagnóstico precoce nos permite uma intervenção mais eficiente e com menos
sequelas. E muitas vezes, o tempo de diagnóstico pode ser o fator fundamental
para salvar uma vida. Portanto, toda atenção e informação são importantes, não
deixando para amanhã o que pode ser verificado hoje.
2. Como se identificar os principais sintomas, sem confundir com outras doenças?
Os sintomas são muito semelhantes a outras doenças no início do
quadro. Porém, observar sempre cefaleia (dores de cabeça), febre,
vômitos, irritabilidade ou sonolência. Manchas no corpo e abaulamento da
fontanela (moleira) também são pontos a serem observados.
Se
não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para sintomas de confusão
mental, sepse e risco de óbito.
3. É possível se prevenir da meningite? Qual a relação da prevenção com as vacinas?
Algumas
meningites são imunopreveníveis, existindo atualmente vacinas para a prevenção
dos 5 sorogrupos no Brasil, a vacina contra a meningite meningocócica causada
pelo tipo B e a vacina contra os tipos A, C, W e Y. A vacina para a prevenção
do meningococo B está indicada a partir dos 2 meses de idade, somente
disponível na rede privada. Temos à disposição atualmente no programa básico de
vacinação pelo SUS a vacina meningocócica C. O ministério da saúde acaba de
informar que iniciará também em breve a vacinação para a meningite ACWY.
A
vacinação ainda é uma das melhores formas de prevenção contra a doença. Outras
formas para a prevenção incluem evitar aglomerações e manter os ambientes
ventilados e limpos.
4. Ao se aproximar do inverno, algumas doenças tendem a se acentuar, como gripes, resfriados e outras infecções de oportunidade. A meningite também pode ser considerada uma doença sazonal?
Por vezes temos
surtos de meningites, mas sua ocorrência se dá o ano todo. Sendo assim a
importância de não haver atraso na vacinação das crianças e grupos de risco.
A procura ao pronto atendimento ou ao seu pediatra, em qualquer
época do ano, é um fator fundamental para o diagnóstico precoce e tratamento
imediato.
5. Além das crianças, adultos e idosos também são considerados grupos de risco, que exigem maiores cuidados?
Alguns
fatores de risco são associados a alguns patógenos particularmente.
Um
exemplo seria o HIV que aumenta a susceptibilidade de risco a outros patógenos.
Outros
exemplos são pacientes alcoolistas, diabéticos, esplenectomizados, insuficientes
renais, entre outras condições de saúde que podem comprometer o sistema
imunológico.
Algumas
situações especiais também podem ser fatores de risco para meningites como
procedimentos neurocirúrgicos e até mesmo sinusites e otites.
Outros
hábitos considerados de risco são o tabagismo, aglomerações (escolas, ambientes
fechados e não ventilados) e uso de medicações como corticoides cronicamente.
Nos grupos
citados a vacinação deve ser realizada corretamente, sendo a prevenção sempre o
melhor remédio.
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Fonte: Dra. Emília Schmidt Xavier