2019
NOVEMBRO AZUL: UM TOQUE QUE VALE UMA VIDA
Imagine uma roda de amigos e um assunto polêmico: exame de toque para prevenção de câncer de próstata.
Motivo (ainda) de piada para alguns, deveria ser a representação máxima da masculinidade: a inteligência, a racionalidade, em torno de algo vital: a saúde.
A cada hora, sete homens recebem o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil, de acordo com as estimativas de incidência do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2018 (68.220 casos/ano), sendo este o segundo tumor mais incidente no homem, que ainda mata cerca de 20% dos pacientes.
Preocupada com esses números, a Campanha Novembro Azul vem ganhando cada vez mais repercussão, assim como acontece no Outubro Rosa.
Durante todo o mês de novembro, esse movimento mundial ganha reforço de mídia, imprensa e ações governamentais, com o intuito de alertar à população sobre a importância de adotar hábitos saudáveis, a quebra de paradigmas e principalmente o diagnóstico precoce, que permite alto índice de cura.
Para falar sobre esse tema e esclarecer as principais dúvidas, convidamos o Urologista, Dr. Danilo Romanel Batista, para compor o TOP FIVE ESPECIALISTA deste mês, com informações preciosas e fundamentais em torno dessa importante temática:
1. Quais os principais sintomas e como identificar um indício de câncer de próstata?
O Câncer de próstata, como a maioria dos cânceres, não dá sintomas no início. Por esta razão, devemos fazer a avaliação de rotina, para tentar descobrir a doença em estágio inicial.
A avaliação médica com o toque retal e o exame de PSA são fundamentais para o melhor diagnóstico do câncer de próstata.
2. Quais os principais fatores e grupos de risco?
Não existe um fator de risco bem definido, sabe-se que pessoas com parentes de primeiro grau com a doença e homens da raça negra são mais afetados pela doença, assim como a obesidade e sedentarismo também.
3. O que o diagnóstico precoce pode representar em chances de cura?
O diagnóstico precoce do câncer de próstata oferece uma possibilidade de 95% de cura da doença. Lembrando que a avaliação médica com exame de toque retal e o PSA juntos são fundamentais para este diagnóstico mais completo, pois em um é possível ter PSA aumentado e não ter a doença ou tê-lo normal e ter a doença. O PSA também pode aumentar no caso de prostatite e HPB e há casos em que ele não se altera mesmo com o câncer em curso.
4. O tratamento para o câncer de próstata está disponível nas redes públicas?
O tratamento do câncer de próstata pode ser feito com cirurgia, radioterapia ou medicamentos dependendo da indicação médica e estágio da doença. Todos estes tipos de tratamento estão disponíveis no Sistema Único de Saúde.
5. Existe alguma novidade ou evolução nos estudos referentes à prevenção, tratamento e cura da doença?
Novos estudos sobre o comportamento da doença surgem, o tratamento hoje envolve técnicas minimamente invasivas como a cirurgia robótica e laparoscópica.
A radioterapia também apresenta equipamentos que conseguem melhorar a qualidade e não lesar tecidos próximos à próstata, assim como novos medicamentos que melhoram a sobrevida daqueles pacientes que não puderam ser tratados, pois quando diagnosticados a doença já estava mais avançada.