2019
A LUZ DO SETEMBRO AMARELO
TOP FIVE ESPECIALISTA
EDIÇÃO 7
PROFISSIONAL CONVIDADA: DRA. FABIANA BRAGA DE CONTI - PSIQUIATRA
A cada 40 segundos, uma pessoa no mundo atenta contra a própria vida. Só no Brasil, 32 pessoas cometem suicídio todos os dias.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de suicídio. A cada morte, pelo menos seis pessoas são impactadas diretamente. A consequência é alarmante: o suicídio foi considerado a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito.
Assunto polêmico, de números impactantes, tem sido cada vez mais comentado, diferente de um passado recente em que a negligência ocultava essa triste realidade.
A Campanha Setembro Amarelo vem ganhando força de entidades, órgãos públicos e privados, profissionais de saúde e sociedade em geral, recebendo o alerta como uma oportunidade de falar sobre o assunto e, de alguma forma, ajudar a diminuir esses índices alarmantes.
Para falar sobre esse tema e esclarecer dúvidas importantes, convidamos a Psiquiatra Dra. Fabiana Braga de Conti, para compor o TOP FIVE ESPECIALISTA deste mês, com informaçõespreciosas para clarear questões fundamentais em torno dessa importante temática:
Entendendo que o suicídio, em sua complexidade, envolve fatores psicológicos, sociais, culturais eambientais, as populações de risco encontram-se entre homens jovens (de 15 a 34 anos); idosos – também do sexo masculino; pessoas com doenças mentais e/ou abuso de álcool/drogas e detentos. A tentativa prévia de suicídio é o fator preditivo mais importante. Pacientes que tentaram suicídio anteriormente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentarem novamente. Estima-se que 50% dos pacientes que se suicidaram já haviam tentado previamente.
Geralmente são sintomas semelhantes aos depressivos, como baixa autoestima, sentimento de menos valia, solidão, ambivalência emocional, impulsividade, sentimento de desespero/desesperança, perdas sociais e interpessoais.
Sim, sem dúvida. Só é preciso um pouco mais de atenção e percepção dos conteúdos escritoslevando em consideração os sinais descritos acima e, principalmente, na forma como ele é elaborado (o conteúdo), por exemplo: se você conhece aquela pessoa e a forma como ela está se expressando está “estranha”, de um jeito “diferente” dela ser, vale a pena conversar com alguém próximo para saber ao certo o que está acontecendo.
Todos, em princípio, devem entrar em contato com um profissional de saúde (seja médico, psicólogo ou assistente social) dependendo acesso imediato que se tem a um serviço ou diretamente a um hospital (clínico ou psiquiátrico) se identificado um quadro claro de risco iminente.
Hoje se fala em ‘fatores protetores’ para melhorar a condição de vida das pessoas em risco: suporte social, vínculo familiar, gestação, maternidade e religiosidade; desenvolver habilidades na resolução de problemas e conflitos. Estilo de vida mais saudável, socialização com pessoas que não são usuárias de drogas e álcool de forma inadequada, boa alimentação, sono adequado (bastante fundamental), prática de exercícios físicos e conservação de vida ativa. Com isso, pode se dizer que o prognóstico é bastante favorável.
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Fonte: Dra. Fabiana Braga de Conti - Psiquiatra